Por esse motivo, o gestor deve estar familiarizado com a tabela de frete para usá-la em seu planejamento estratégico e decisões de negócio, com objetivo de ajudar na precificação correta do custo de transporte.
A nova resolução sobre política nacional de preços mínimos do frete, publicada em julho de 2019, estabelece nova metodologia de cálculo e coeficientes referentes ao quilômetro rodado por eixo carregado, na realização do serviço de transporte rodoviário de carga.
Durante a elaboração da nova resolução da tabela de frete mínimo, foram recebidos transportadores autônomos, empresas e cooperativas de transporte, contratantes de frete, embarcadores e diversos outros agentes da sociedade. Essa mudança tem gerado uma série de dúvidas da forma correta de calcular o frete e de como interpretar a tabela.
Histórico da Tabela de Frete Mínimo
A Tabela de Frete Mínimo foi estabelecida pela Medida Provisória nº 832/2018 e convertida na Lei nº 13.703/2018 em maio de 2018, dentro do pacote negociado pelo governo federal com os caminhoneiros para acabar com greve da categoria, que durou 11 dias no fim daquele mês. Desde a sua publicação, a tabela sofreu diversos ajustes no teor do seu texto.
A ANTT estabeleceu que a publicação dos pisos ocorrerá até os dias 20 de janeiro e 20 de julho de cada ano e os valores serão válidos para o semestre em que a norma for editada. A última atualização da tabela foi feita em julho de 2019
Principais características da nova Lei do Frete Mínimo
- Alteração do formato da tabela não sendo mais por faixas de distância, mas por meio da aplicação do Coeficiente de Carga e Descarga (CC, em R$), do Coeficiente de Deslocamento (CCD, em R$/km) e quilometragem percorrida para o transporte contratado
- Ampliação para 11 categorias de cargas: granel sólido, granel líquido, frigorífica, conteinerizada, carga geral, neogranel, perigosa (granel sólido), perigosa (granel líquido), perigosa (carga frigorificada), perigosa (conteinerizada) e perigosa (carga geral)
- Cálculo em R$/viagem
- Tabela para carga lotação (serviço de transporte objeto de um único contrato de transporte, envolvendo um único contratante da totalidade da capacidade de carga da composição veicular)
- Inclusão do seguro do veículo
- Tabela específica para contratação apenas de veículo trator
Nova metodologia para calcular o Frete Mínimo
O frete mínimo deve ser calculados por meio dos coeficientes de deslocamento (CCD) e dos coeficientes de carga e descarga (CC), por quantidade de eixos do veículo.
Para facilitar a compreensão da mudança na lei do frete mínimo do transporte rodoviário remunerado de cargas, preparamos um roteiro. Confira:
- Defina o tipo de carga a ser transportada, conforme as categorias apresentadas na nova tabela
- Identifique a quantidade de eixos da composição veicular a ser utilizada no transporte de carga
- Identifique os Coeficientes de Custo de Deslocamento (CCD) e de Carga e Descarga (CC) para a quantidade de eixo carregado da composição veicular que será usada
- Verifique a distância a ser percorrida na operação de transporte contratada
Utilize os valores obtidos nos passos anteriores na seguinte expressão para o cálculo do Piso Mínimo de Frete em reais por viagem:
Piso Mínimo do Frete (R$/viagem) = (Distância x CCD) + CC
- Distância – em quilômetros
- CCD – custo de deslocamento em reais/quilômetros
- CC – custo de carga e descarga em reais
Exemplo de cálculo do novo Frete Mínimo
A seguir apresentamos um exemplo de serviço de transporte rodoviário de cargas em que se tem a contratação da composição veicular (veículo automotor de cargas + implemento rodoviário), considerando uma distância de 300 quilômetros para o tipo de carga “granel sólido” com uma composição veicular de 7 eixos.
- O tipo de carga a ser transportado é o granel sólido.
- Será utilizada uma composição veicular de 7 eixos.
- Tendo em vista o que será contratado nos passos anteriores, os valores do CCD e CC na Tabela A do Anexo II da Resolução ANTT nº 5.849/2019 são: CCD = 3,8479 e CC = 310,60
- A distância a ser percorrida na operação de transporte contratada é de 300 km.
Por fim, considerando os valores obtidos nas etapas anteriores, obtém-se o seguinte valor para o piso mínimo:
- Piso Mínimo do Frete (R$/viagem) = (Distância x CCD) + CC
- Piso Mínimo do Frete (R$/viagem) = (300 x 3,8479) + 310,60
- Piso Mínimo do Frete (R$/viagem) = R$ 1.464,97
Despesas que não integram o cálculo do piso mínimo:
O piso mínimo é o custo mínimo para a realização do serviço. Ao contrário do que muitos imaginam, o piso mínimo de frete não é o valor final que deve ser cobrado para a realização de determinada operação de transporte de carga.
Custos extras que a tabela de frete não considera:
- Lucro
- Pedágio
- Valores relacionados às movimentações logísticas complementares.
- Despesas de administração, alimentação, tributos, taxas e outros itens não previstos na lei
Controvérsias sobre a tabela de Frete Mínimo
Depois de muita reunião com embarcadores, transportadores e caminhoneiros autônomos, o governo ainda não conseguiu chegar em acordo. A nova tabela de frete já foi motivo de grandes debates e polêmicas, por levantar questionamentos a respeito dos valores estabelecidos.
Por um lado, defensores do tabelamento argumentam que medida foi destinada a superar situação de crise no mercado concorrencial e assegurar remuneração dos serviços prestados acima do preço de custo.
Empresas do setor de transporte de carga rodoviário e motoristas autônomos estão preocupados com a redução dos valores mínimos do frete em relação a tabela que vinha sendo adotada. Estão averiguando se os valores mínimos estão adequados com o custo real da operação de fretes.
Próximas discussões da Tabela de Frete Mínimo
De acordo com o cronograma, o próximo ciclo regulatório será desenvolvido até 20 de janeiro de 2020. Serão temas avaliados e aprofundados na Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte de Cargas:
- Tratamento para as cargas especiais (vidros, animais vivos, guincho para reboque de veículos, produtos aquecidos, logística reversa de resíduos sólidos, granéis em silo, etc)
- Tratamento específico para as cargas fracionadas
- Tratamento específico para transporte dedicado voltando vazio
- Destaque do diesel na fórmula do piso mínimo
O governo deve voltar a se reunir com representantes de embarcadores, que são os contratantes de fretes, transportadoras e caminhoneiros autônomos para continuar as negociações sobre a tabela do frete.
Soluções da Skymark Gerenciadora de Riscos
Devido às complexidades logísticas que envolvem o frete, muitos gestores optam por consultar uma Gerenciadora de Riscos. Assim, além de reduzirem custos (principalmente com possíveis erros de cálculo e com monitoramento), os gestores ficam mais tranquilos em relação ao atendimento ao cliente, com o cumprimento exato dos prazos de entrega e a segurança da carga no transporte rodoviário.
A Skymark Gerenciadora de Riscos também ajuda a desenvolver um processo cuidadoso de transporte e entrega de mercadorias, contemplando todas as variáveis possíveis e definindo as melhores rotas.
Consulte as novas tabelas de frete da Resolução Nº 5.849, de 16 de julho de 2019 que vão ajudar a sua empresa a otimizar os preços dos serviços de transporte de carga no link abaixo:
Específica para transporte rodoviário de carga lotação
Tipo de carga | Coeficiente de custo | Unidade | Número de eixos da composição veicular | ||||||
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 9 | |||
Granel sólido | Deslocamento (CCD) | R$/km | 1,7188 | 2,1436 | 2,6185 | 2,9912 | 3,4405 | 3,8479 | 4,3914 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 102,18 | 199,48 | 232,38 | 239,58 | 279,69 | 310,60 | 346,57 | |
Granel líquido | Deslocamento (CCD) | R$/km | 1,7598 | 2,1930 | 2,6643 | 3,0551 | 3,5406 | 3,9331 | 4,4617 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 105,81 | 208,02 | 234,19 | 246,83 | 297,81 | 324,24 | 355,74 | |
Frigorificada | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,0316 | 2,5038 | 3,0403 | 3,5999 | 4,0339 | 4,4901 | 5,1492 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 122,26 | 234,40 | 259,94 | 316,63 | 356,74 | 380,05 | 423,16 | |
Conteinerizada | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,1334 | 2,6064 | 3,0033 | 3,4525 | 3,8237 | 4,3672 | |
Carga e descarga (CC) | R$ | 196,40 | 228,75 | 243,21 | 283,31 | 303,35 | 339,33 | ||
Carga Geral | Deslocamento (CCD) | R$/km | 1,7157 | 2,1334 | 2,6064 | 3,0033 | 3,4525 | 3,8237 | 4,3672 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 101,63 | 196,40 | 228,75 | 243,21 | 283,31 | 303,35 | 339,33 | |
Neogranel | Deslocamento (CCD) | R$/km | 1,7157 | 2,1334 | 2,6064 | 3,0033 | 3,4525 | 3,8237 | 4,3672 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 101,63 | 196,40 | 228,75 | 243,21 | 283,31 | 303,35 | 339,33 | |
Perigosa (granel sólido) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,2309 | 2,6557 | 3,1514 | 3,5241 | 3,9734 | 4,3834 | 4,9269 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 165,26 | 304,61 | 340,59 | 347,80 | 387,90 | 419,59 | 455,57 | |
Perigosa (granel líquido) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3021 | 2,7415 | 3,1961 | 3,6401 | 4,1400 | 4,5519 | 5,0968 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 178,08 | 330,33 | 353,99 | 382,57 | 437,90 | 470,14 | 506,54 | |
Perigosa (carga frigorificada) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,4251 | 2,8973 | 3,4426 | 4,0022 | 4,4362 | 4,8959 | 5,5549 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 166,99 | 308,96 | 338,49 | 395,19 | 435,30 | 459,62 | 502,73 | |
Perigosa (conteinerizada) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3684 | 2,8622 | 3,2591 | 3,7084 | 4,0822 | 4,6257 | |
Carga e descarga (CC) | R$ | 263,41 | 298,84 | 313,30 | 353,40 | 374,22 | 410,20 | ||
Perigosa (carga geral) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 1,9508 | 2,3684 | 2,8622 | 3,2591 | 3,7084 | 4,0822 | 4,6257 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 141,84 | 263,41 | 298,84 | 313,30 | 353,40 | 374,22 | 410,20 |
Notas: 1. Apresenta os coeficientes de custo deslocamento (CCD) e de custo de carga e descarga (CC) para cálculo do piso mínimo de frete de Transporte Rodoviário de Carga Lotação, para cada tipo de carga e categoria de números de eixo da composição veicular. 2. As células sem valores de coeficiente de custos se referem a composições veiculares não utilizadas para aquele tipo de carga.
Específica para operações em que haja a contratação apenas do veículo automotor de cargas
Tipo de carga | Coeficiente de custo | Unidade | Número de eixos da composição veicular | ||||
4 | 5 | 6 | 7 | 9 | |||
Granel sólido | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3162 | 2,6057 | 3,0549 | 3,3337 | 3,6783 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 197,75 | 201,33 | 241,44 | 255,11 | 274,13 | |
Granel líquido | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3162 | 2,6057 | 3,0549 | 3,3337 | 3,6783 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 197,75 | 201,33 | 241,44 | 255,11 | 274,13 | |
Frigorificada | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,7085 | 3,0198 | 3,4538 | 3,8094 | 4,2458 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 225,97 | 229,55 | 269,66 | 284,11 | 303,14 | |
Conteinerizada | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3162 | 2,6057 | 3,0549 | 3,3337 | 3,6783 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 197,75 | 201,33 | 241,44 | 255,11 | 274,13 | |
Carga Geral | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3041 | 2,7446 | 3,1938 | 3,3095 | 3,6542 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 194,12 | 243,00 | 283,11 | 247,86 | 266,89 | |
Neogranel | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,3162 | 2,6057 | 3,0549 | 3,3337 | 3,6783 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 197,75 | 201,33 | 241,44 | 255,11 | 274,13 | |
Perigosa (granel sólido) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,6637 | 2,9532 | 3,4024 | 3,6838 | 4,0284 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 301,99 | 305,57 | 345,68 | 360,13 | 379,16 | |
Perigosa (granel líquido) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,6951 | 2,9845 | 3,4338 | 3,7152 | 4,0598 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 311,41 | 314,99 | 355,10 | 369,55 | 388,57 | |
Perigosa (carga frigorificada) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,9571 | 3,2685 | 3,7025 | 4,0614 | 4,4978 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 300,55 | 304,14 | 344,25 | 359,71 | 378,74 | |
Perigosa (conteinerizada) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,5366 | 2,8261 | 3,2753 | 3,5567 | 3,9013 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 263,87 | 267,45 | 307,56 | 322,01 | 341,04 | |
Perigosa (carga geral) | Deslocamento (CCD) | R$/km | 2,5366 | 2,8261 | 3,2753 | 3,5567 | 3,9013 |
Carga e descarga (CC) | R$ | 263,87 | 267,45 | 307,56 | 322,01 | 341,04 |
Nota: Apresenta os coeficientes de custo deslocamento (CCD) e de custo de carga e descarga (CC) para cálculo do piso mínimo de frete de operações em que haja a contratação apenas do veículo automotor de cargas, para cada tipo de carga e categoria de números de eixo da composição veicular.